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Boris Johnson foi eleito primeiro-ministro da Grã-Bretanha. Johnson é considerado um amigo de Israel e no passado declarou a si mesmo como um "sionista entusiasta". Como prefeito de Londres, liderou uma luta contra o movimento BDS e visitou Israel em 2015. Um ano depois, ele também compareceu ao funeral do ex-presidente Shimon Peres. Quando jovem foi voluntário no Kibbutz Kfar Hanasi.

Michael Rothwell leva o livro sagrado até à linha dos olhos e abre-o com reverência, diante de uma sinagoga calada, a 25 Sivan do ano hebraico de 5779. O calendário civil marca 28 de junho de 2019, uma sexta-feira, e faltam poucas horas para o pôr-do-sol que inicia o sabat, e que apenas se extingue, de acordo com o Génesis, ao aparecimento das primeiras três estrelas da noite de sábado.


O templo está esvaziado da união de 10 homens de mais de 13 anos necessária ao serviço religioso, mas guarda a luz, sempre acesa, dirigida para Jerusalém. Para os judeus, a sinagoga tem de se orientar, como a própria ação o indica, para Oriente, onde o templo verdadeiro existiu em tempos.


"Escuta, Israel, o eterno é nosso Deus, o eterno é um. Bendito seja o nome daquele cujo glorioso reino é eterno. Amarás ao eterno, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas posses." As palavras são lidas da Tora, onde o hebraico e o português convivem como secularmente se falaram, sem empecilhos. A sinagoga portuense, Kadoorie - Mekor Haim ("Fonte de Vida"), a maior da Península Ibérica, reverbera as palavras de culto contra as paredes de azulejos com inspirações marroquinas, a favor da estrela de David.


Michael Rothwell não ignora que há 500 anos poderia ser apanhado entre as rezas, pelos colarinhos, e levado até aos autos-de-fé. Há um peso histórico que se abate sobre os seus ombros, uma lembrança que vai sendo renovada, como uma história que tem várias formas de ser contada.


"Aqui, em Portugal, não temos medo. O que temos é uma consciência histórica, e sabemos que o que hoje está bem amanhã pode não estar", confidencia, à TSF, o professor de matemática, inglês, de 65 anos. As sombras de uma mão pesada da Inquisição são apenas silenciadas nos programas escolares, onde a questão judaica, aponta, raras vezes encontra protagonismo.


Michael Rothwell

"Luz simboliza vida, não é? Tem de se manter sempre acesa essa luz." Foi debaixo deste ideal que a comunidade judaica do Porto foi criada há 96 anos, em 1923. Reza a história judaica que o militar Barros Basto, guiado pela motivação de fazer retornar ao judaísmo as famílias de cripto judeus/ marranos que tinham sido forçadas à conversão a partir de 1496. Em plenos anos 20, lembra Michael Rothwell, criar pontes entre as várias aldeias remotas de Portugal era uma tarefa hercúlea.


Ainda há orações em português e noutra língua muito rica, o ladino, formada com junção do espanhol e do português medievais.


Alguns jovens foram trazidos para o Porto para se tornarem líderes comunitários, depois de uma jornada penosa: "Não havia estradas, e ele ia a cavalo. Foram muito difíceis as viagens e as conversas com os cripto judeus, que por natureza escondiam a sua religião."


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