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Porção semanal da Torá

A parashá desta semana (Beshalach - Êxodo 13:17-17:16) trata da travessia do Mar Vermelho pelo povo judeu, que, antes, percorreu uma distância maior que a necessária para lá chegar, pois Hashem não queria que o povo visse a guerra que ocorria nas terras dos filisteus e decidisse voltar ao Egito.


Após a passagem do povo, o mar se fechou, levando com ele faraó e seu exército, que vinha no encalço dos judeus. Esse shabat se chama shabat shirá (shabat da canção) porque, ao ver essa cena, todo o povo, muito feliz, cantou, com Míriam os acompanhando ao pandeiro; porém, segundo o Midrash, os anjos também se alegraram e começaram a cantar, mas Hashem pediu a eles que não comemorassem, pois Ele estava triste pela perda daqueles que também eram seus filhos.


Passada a alegria do primeiro momento, o povo começou a reclamar: 1) de sede – e Hashem deu-lhes água, pedindo a Moisés que batesse em uma rocha da qual a água brotou; 2) de fome – e Hashem deu-lhes o maná, que vinha em uma porção diária nos dias da semana – e não se podia guardar, pois apodrecia, mas, no shabat caiam duas porções. Quando perguntaram a Moisés a razão, ele explicou que o sábado era dia santo e de descanso, e não de trabalho – por isso, não era necessário ir apanhar maná, que já caíra na véspera para provê-los naquele dia. (Essa é a razão pela qual comemoramos o shabat com duas chalot).


No que concerne à água, temos o trecho que conta que “eles foram a Marah, mas não puderam beber as águas porque eram amargas” (Ex. 15:23). Segundo o Kotzker Rebbe, as pessoas, e não as águas, eram amargas – então, tudo parecia ruim para elas. Por essa razão, não sigamos seu exemplo e, em vez de viver uma vida de reclamação, sempre encontrando defeitos em tudo e em todos, vivamos uma vida de contentamento – mais saudável e produtiva, e, assim, tudo nos parecerá bom. Façamos como na canção, “eu tenho tido a alegria como dom, em cada canto eu vejo o lado bom”. A parashá termina com a luta de Josué contra Amalék, vencida pelo primeiro, graças às orações de todo o povo.


Pois bem, apesar de todos os milagres, como a abertura do mar, a água brotando da rocha, o maná caindo do céu, a nuvem que os conduzia durante o dia, o fogo que os conduzia durante a noite, o povo vivia reclamando – (e nós não somos muito diferentes, pois, embora tenhamos a realização de milagres diários bem diante de nossos olhos, reclamamos de Hashem sempre que as coisas não andam do jeito que queremos...). Por essa razão, Hashem disse que, embora derrotados, os amalequitas voltariam a cada geração, sempre que o povo judeu se dispersasse e não cumprisse os mandamentos.


Há quem diga que muitos de nossos inimigos, que surgem de tempos em tempos e cujos nomes sejam apagados, são os amalequitas voltando (não precisa ir muito longe para ver que ainda temos criaturas desse povo que nos atormentam - haja vista o que tem ocorrido com judeus no mundo todo e, em especial, em Israel). Além disso, devemos seguir em frente, pois, segundo o Midrash, Hashem diz a Moisés: “fala aos filhos de Israel que marchem!” (Êxodo, 14:15). “A voz divina sempre disse aos israelitas: Marchem! Que se encontre perante vós o Mar Vermelho, as perseguições antigas ou a intolerância moderna, marchem! E progridam, sigam em frente sempre, não olhem para trás - onde jazem, em suas ruínas, os povos que os perseguiram, mas olhem para a frente, onde se abrem, em sua imortal grandeza, os magníficos horizontes do futuro da humanidade. Marchem, porque as ondas do mar não poderão apagar o fogo de sua existência; porque os rios de seu sangue derramado pelos tiranos não poderão destruir seu nome e sua glória! Marchem, porque vocês estão acima dos elementos, acima do tempo, acima do espaço. Avancem, sempre, e não retrocedam!”. (A Lei de Moisés, Meir Melamed, pg. 125).


Desse modo, aproveitemos o shabat para refletir sobre quão mal agradecidos somos e passemos a exercitar a gratidão por tudo de bom que nos acontece a cada dia. E rezemos – muito e sempre: 1) por todas as vítimas do ódio dos “amalequitas” da atualidade; 2) para que saibamos aproveitar a oportunidade quando o “mar se abre à nossa frente” 3) para termos força para seguir em frente, marchando, sempre; e 4) para agradecer pelos motivos que nos fazem cantar de alegria. Shabat shalom leculam! Ótimo shabat a todos!


Por Tsile Cecília Malka, a partir da sua belíssima postagem na página de Facebook Pashut Yehudin!

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