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Pêssach, a nossa Páscoa Judaica tem início hoje, dia 8 de abril e irá até 16 de abril de 2020. Nesta data comemoramos a libertação dos judeus da escravidão no Egito.


A festa de Pêssach é celebrada durante oito dias, exatamente entre os dias 15 e o dia 22 do mês hebraico de Nissan entre as quais sempre coincide o início da primavera em Israel.


Na manhã que antecede Pessach, além de se dá o início do Jejum dos primogênitos em lembrança da décima praga do Egito que eliminou os primogênitos egípcios e que poupou os primogênitos do povo de Israel, elimina-se todos os alimentos fermentados dos lares e estabelecimentos judaicos, de forma que, durante esta festividade, diferente do consumo do pão fermentado, em substituição a esse alimento, ingerimos a matsá, o pão ázimo.


Nas duas primeiras noites de Pêssach a família é reunida para a realização do Seder quando a história do Êxodo é relatada na Hagadá.


Desta forma, Pessach kosher sameah a todos!



Associação dos Judeus Sefarditas de Pernambuco;


Centro Cultural Sefarad Israel de Pernambuco;


Sinagoga Aboab da Fonseca/Mekor Haim de Pernambuco;

União Ibero Americana Israel Sefarad.



 
 
 

Por Marcos L Susskind



A chegada ao Oriente Médio do Covid-19, o Coronavírus, traz consigo inesperadas possibilidades de alterações em todas as áreas – na economia, na segurança, na política, na área militar, na psicologia da região além, claro, da questão da saúde.

O Oriente Médio, em particular os países árabes e islâmicos, estão mergulhados há anos em uma série de desafios perigosos. Por um lado há alguns milhões de pessoas sem trabalho, sem moradia digna, sem estabilidade política e vivendo em condições de aglomeração insuportáveis e em condições econômicas bastante precárias. Por outro lado veem-se governos corruptos e ditatoriais, com seus líderes vivendo em mansões à beira mar, usufruindo de veículos de altíssimo luxo e de um padrão de vida inexistente para a população, desviando parte considerável da ajuda externa. A população em geral considera que o governo é corrupto, não é eficiente e em alguns países há uma guerra civil instalada há anos, ceifando milhares de vidas. Alguns exemplos:

PaísMortos

Refugiados no Exterior

Refugiados Internamente

Síria

400.000

5.600.000

6.500.000

Iraque

250.000

2.100.000

3.000.000

Líbano

150.000

250.000

11.000

Iêmen

120.000

450.000

2.200.000

Líbia (2 guerras)

29.000

1.000.000

435.000 est

A crise do Coronavírus está sendo dramática na Turquia e no Irã, ambos países islâmicos, mas não árabes. Já os países árabes vêm sendo poupados do Covid-19 até aqui, porém a crise econômica causada pelas medidas de proteção estão sendo especialmente dolorosas.

Então, quais os principais problemas?

Sem dúvida os governantes sentem medo de uma possível instabilidade política como consequência da crise econômica, com o agravante do colapso hospitalar se aumentarem os casos de doença. Não há, nestes países, métodos confiáveis de coleta de dados que permitam ações preventivas. Governantes em geral fracos, vistos com desconfiança pelos cidadãos tendem a esconder os números reais, aumentando as incertezas e a capacidade de reação num ambiente desafiador como este. Mahmud Abbas, Presidente da Autoridade Palestina e Yahya Sinwar, Dirigente do Hamas que domina Gaza reconhecem que o método adotado por Israel tem sido eficiente e optaram por copiá-lo.

Há um problema econômico adicional. A brutal queda do preço do petróleo aliada à baixa demanda de um mundo enclausurado, coloca um peso grande sobre os países árabes produtores, que eram os principais financiadores de governos financeiramente fracos como a Autoridade Palestina e ainda mais, a liderança de Gaza. O Irã, grande apoiador do Hamas já conta cerca 110.000 infectados e cerca de 12.000 mortos. Isto exige um esforço econômico hercúleo na luta contra a doença. Também há sanções norte-americanas (que não incluem insumos médicos), a queda do preço do petróleo e uma crescente insatisfação popular, fatos que provavelmente levarão a uma queda significativa do fluxo de fundos do Irã para Gaza. No caso iraniano, o atual preço do barril está abaixo do custo de produção.

A queda dos preços do petróleo e do gás indicam que o Oriente Médio terá uma saída bem mais lenta da atual crise econômica – mais lenta que a Europa, os USA e países da América Latina – e isto inclui Israel, que se preparava para tornar-se grande exportadora de gás, recém descoberto e em cuja extração investiram-se algumas dezenas de bilhões de dólares. O ano 2020 seria o primeiro ano de exportações massivas, que não ocorrerão, dada a paralisação das economias europeias.

A quase paralisação das economias diminui sensivelmente a arrecadação de impostos, o que impede os governos de enfrentar a crise e o desemprego. Além disso, os tradicionais doadores europeus diminuíram a injeção de ajuda a Gaza, à Autoridade Palestina e à Jordânia. A imensa demanda por respiradores e outros materiais médicos diminuiu a oferta e aumentou os preços. Gaza e a Autoridade Palestina não se prepararam a tempo e – ironicamente – dependem agora da ajuda de Israel para abastecerem seus hospitais. O governo Israelense tomou a sábia decisão de considerar Gaza e as áreas de Judá e Samária como extensão de suas responsabilidades, ajudando ambos a enfrentar o problema, pois o vírus não para em fronteiras. Além disso, caso ocorra um colapso nestas áreas, isto terá o potencial de tornar-se um problema de segurança nacional.

“Imaginemos que a crise leve milhares de mães com seus bebês no colo e idosos em cadeiras de rodas tentando (ou conseguindo) infiltrar-se em Israel à procura de tratamento ou comida, trazendo consigo o vírus” diz um importante analista militar. Exatamente por este motivo é que Israel, tanto pela área de saúde como pela militar, está ajudando o governo de Gaza e da Autoridade Palestina com equipamentos, know how e intensivo treinamento de seus médicos. Neste exato momento, o Exército de Israel está enviando materiais e ajuda técnica para a construção de um imenso hospital de campanha em Gaza, encostado à fronteira na passagem de Erez. Ao mesmo tempo, estuda-se trazer dois navios-hospitais para ancorar na costa de Gaza, caso necessário.

Como reagem as lideranças em Gaza?

O Hamas e os demais grupos terroristas entendem claramente os riscos que correm e têm evitado ações terroristas. Ao mesmo tempo, muitas lideranças palestinas e inúmeros clérigos vêm divulgando que o vírus foi criado por Israel para afetar a resistência palestina – uma alegação absurda. No entanto, caso a crise médica saia de controle, há a possibilidade muito acima do razoável que este incitamento leve a desejo de vingança e aumento de ações terroristas frente a Israel. O próprio Sinwar declarou na TV de Gaza que “caso faltem leitos em Gaza, 6.000.000 de Israelenses pararão de respirar” (sic). Logicamente o Exército de Defesa de Israel está colocando tropas na fronteira para fazer frente a tal eventualidade.

E Israel?

Há nesta crise alguns fatos positivos para Israel. O Irã, que sofre tremendamente com o coronavirus, reduziu drasticamente sua ajuda ao Hamas em Gaza, ao Hezbollah no Líbano e mesmo a seus aliados na Síria e no Iraque (mas não extinguiu), além de baixar o tom frente a sua arqui-inimiga Arábia Saudita por temor de levantes da população que exige serviços médicos e não perdoaria o regime financiando agora grupos terroristas no exterior.

O Irã também perde parte do apoio dos revoltosos na Síria que consideram que a chegada do vírus ao país se deu através das Milícias Iranianas que transitam entre o Irã e a Síria no afã de criar bases para um ataque a Israel.

O Líbano encontra-se em situação calamitosa. A chegada do vírus encontra um país já dilacerado por intermináveis conflitos políticos, uma crise econômica sem precedentes que está levando grande parte da classe média e da elite e emigrar (calcula-se que 5.000 das melhores capacidades do país estejam abandonando-o a cada mês, sem intenção de retornar) além de séria situação social. Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, estava sendo acusado de fomentar a situação, até mesmo por parte de seus apoiadores xiitas.

Com a chegada do vírus e a redução do dinheiro iraniano, Nasrallah optou por enviar todas suas ambulâncias para as grandes cidades e usar seus recursos para ajudar a enfrentar a crise médica, diminuindo e até extinguindo as atividades de melhoria de seus foguetes, o que também é uma boa notícia para Israel e seu exército, diminuindo a probabilidade de um enfrentamento na fronteira Norte.

Agradecimento especial a Raquel Cohn e a Ron Ben Ishay

 
 
 


Texto originalmente adquirido da página de Facebook de Kaleb Bensousan, Publicado em:


Tradução: Jefferson Linconn


A expulsão dos judeus da Espanha será inicialmente parte duma terrível da caçada humana aos judeus de origem Sefardita por mais de dois séculos nos três continentes.


Por um lado havia a cruel instalação do Tribunal do Santo Ofício e as chamas das fogueiras instituidos Inquisição, do outro os judeus que tentavam desesperadamente escapar de sua perseguição.


Nossos ancestrais não eram todos eles apenas formado por fugitivos. Muitos foram aqueles que decidiram combater o monstro espanhol com os meios mais práticos e políticos que dispunham às mãos. Alguns foram diplomatas na Inglaterra, Holanda ou no Império Otomano e, assim, tentaram competir contra projetos espanhóis no cenário mundial. Outros usaram o setor financeiro para minar os interesses do inimigo. Uma terceira categoria menos conhecida, no entanto, existia e esta era surpreendentemente formada por piratas judeus!


PIRATAS


Abrabanel David, nasceu em 1580 na Holanda. Sua família estava prestes a ganhar o recém descoberto Novo Mundo e a mesma havia sido massacrada pelos marinheiros espanhóis que invadiram o navio.


David conseguiu escapar quando se juntou à Marinha Real Inglesa, onde rapidamente o mesmo se viu adquirindo postos e patentes. Alguns anos depois, ele se tornou o famoso "Capitão Davis", que fez uma formidável carniçaria entre os navios de Madri. O detalhe importante disso é que a sua embarcação de guerra era chamada Yerushalayim (Jerusalém).


Em Bridgetown, capital de Barbados, nas ilhas do Caribe, uma visita ao cemitério da cidade nos recheará de várias surpresas. Ali estaremos diante de duas belas lápides, as de Yaakov Mashiach e sua esposa Deborah, onde nelas podem ser vistas, além de uma estrela de David na pedra, ao seu lado, o desenho de dois fêmures cruzados gravados, que são conhecidos por todo mundo como os temíveis emblemas dos piratas.


Na localidade, os moradores mais veteranos nos informam que ainda hoje são narradas as façanhas de todos aqueles piratas judeus.

A lista de capitães de navios judeus da ilha de Curaçau é impressionante Gabbay Yitzhak Levy, Manuel Mendes Yoshoua ... Também as notáveis demonizações dos seus navios: Mazal Tov (Boa Sorte), Melek David (Rei Davi), Zevoulon e Issacar, (Zebulon e Issacar), Malkat Esther (Rainha Esther), etc ...


O mais famoso e o mais carismático de todos os piratas judeus foi o Rabino Shmuel Pallache, comerciante internacional, diplomata, agente secreto e corsário. Pallache possuía um comportamento ousado e estratégico de fato extraordinário, pelo que ficamos sabendo através das manchetes das operações que o mesmo realizou contra navios espanhóis. Ele também conheceu contratempos, mas, como todos os heróis, Pallache sempre saiu vitorioso.


Em julho de 1614, durante uma escaramuça contra os espanhóis, o navio Pallache precisou urgentemente de reparo. Plymouth, sul da Inglaterra, tratava-se então do porto mais próximo.


A chegada do nosso pirata não passaria despercebida. O embaixador espanhol na Inglaterra, encantado com as notícias. Assim, aproveitou para então apresentar uma queixa contra Shmuel Palache junto ao tribunal do Almirantado.


O próprio rei se moveu para ver com seus próprios olhos o lendário herói que defende o Navio Pallache. Enquanto isso, Christmas Caron, embaixador da Holanda, Reino Unido, oferecendo-se como seu advogado, relatórios nos permitem reconstruir o julgamento, dia após dia.


Uma anedota revela o impacto que Pallache deixa em seus contemporâneos. Caron diz que à sua entrada, o público se levantou e se sentaou novamente diante do acusado.


Pallache aparece no tribunal do almirantado como judeu praticante e pediu permissão para manter a cabeça coberta. O pedido foi imediatamente aceito para o maior ultraje de Diego de Cuna, embaixador da Espanha, que defende a pena de morte para este pirata judeu. Ele então se dirigiu aos juízes cavalheiros usando seu chapéu. Os juízes britânicos observam isso por violarem as regras de etiqueta. O espanhol indignadamente apontou para Shmuel Pallache o seu dedo acusador:


-Lui Você pode manter seu boné judeu?


-Lui é Shmuel Pallache, Excelência!


Impressionado com a dignidade do acusado, o rei anunciou que Pallache está em seu palácio de verão até sua libertação. Pallache absolvido retornou à Holanda, onde terminará sua vida como ... Embaixador da Holanda.


No momento em que os juízes britânicos encontram um judeu que os inspira com o maior respeito, no entanto, os demais judeus ainda são banidos do país de Shakespeare. O mesmo Shakespeare escreveu naquele ano (1614), o comerciante de Veneza. Nesta peça teatral, infelizmente, o público britânico descobriu uma judia flagrante e desdenhosa que só existiu nas fantasias anti-semitas da época.


O que pode ser lamentável pelo que o grande escritor não pode se mover em pessoa para comparecer ao julgamento de Pallache pode ser contrabalanceado pelo fato da criação da personagem Shylock, no papel de atacante que ainda hoje é, de fato, o símbolo da resistência judaica contra a Inquisição.



 
 
 
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