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Cemitério judeu escondido em Lisboa Autor: Oliver Marshall – Publicado originalmente em The World Elsewhere blog – history and travel writer. See: https://theworldelsewhere.com

21 de fevereiro de 2020. Tradução: Jefferson Linconn


Foi quase por acidente que eu me deparei com o antigo cemitério judeu sefardita do bairro da Estrela, em Lisboa. Quando eu disse a um amigo que estaria visitando o cemitério britânico da cidade, ele me disse que tinha ouvido falar que em algum lugar próximo a aquele Campo Santo também havia um cemitério sefardita.

Enquanto caminhava, na manhã seguinte, pelos terrenos arborizados do Cemitério Britânico, tive a sorte de conhecer Andrew Swinnerton, seu administrador. Ele me explicou que o cemitério judeu ficava ao lado do cemitério britânico e me indicou um caminho que levava a um muro alto que separava os dois cemitérios.

Em 1497, o rei Manoel I de Portugal emitiu um decreto exigindo que os judeus se convertessem ao cristianismo ou deixassem o país. Nos anos e décadas seguintes, dezenas de milhares de judeus fugiram de Portugal, incluindo muitos dos chamados "Cristãos-Novos", ou denominados "conversos", cujas vidas se tornaram intoleráveis, sujeitas a pogroms e à mão de ferro da Santo Inquisição.

Como consequência dessas expulsões, comunidades judaicas sefarditas portuguesas e espanholas terminaram por se estabelecer no Norte da África, Sul da Europa e ainda mais longe. A maioria desses exilados encontrou novos lares sob a proteção dos sultões e califas do Império Otomano e do Marrocos. Outros fugiram para o Norte, para Amsterdã, Londres, Hamburgo e outros centros comerciais, ou através do Atlântico para Curaçao, Nova Amsterdã, hoje Manhattan, Suriname, Pernambuco e outros lugares do "Novo Mundo".

Cerca de trezentos anos depois de deixar Portugal, os comerciantes judeus começaram a voltar para sua terra natal ancestral. Embora ainda houvessem firmes restrições sobre os judeus no país, no entanto, como estrangeiros, os recém-chegados puderam contar com pelo menos alguma proteção. Graças à relação especial que existia entre a Grã-Bretanha e Portugal, os sefarditas de Londres e especialmente Gibraltar, que era um território britânico desde 1713, tornaram-se uma presença significativa em Lisboa.


Mas no século XIX, a comunidade judaica de Lisboa esteve, de fato, em uma posição delicada, uma vez que o catolicismo havia se tornado a única religião permitida aos cidadãos portugueses. E, como tal, os judeus não tinham existência legal e, desse modo, a comunidade era considerada apenas como uma colônia estrangeira.

Logo após o retorno dos judeus a Lisboa, ficou claro que seria necessário um cemitério. Como muitos membros dessa nova comunidade eram britânicos, um canto do cemitério protestante britânico (ou o "cemitério inglês", como era chamado quando foi criado em 1721, foi seccionado para seu uso.

O primeiro túmulo do cemitério judeu de Estrela foi o de José Amzalaga, que morreu em 26 de fevereiro de 1804. Por sessenta anos, esse foi o único cemitério judeu de Lisboa, o local de descanso final dos britânicos, marroquinos e outros sefarditas, e cada vez mais seus co-nascidos portugueses. religiosos. O último enterro ocorreu em 1865, período em que não havia mais espaço. Logo em seguida, no entanto, um novo cemitério judeu foi estabelecido, ainda no ano de 1868, o qual permanece em uso até hoje.

O acesso ao cemitério judeu é restrito, suas grandes portas de metal quase sempre estão trancadas e, desde a rua, não é impossível se ver por cima dos seus muros altos. Porém, ao me aproximar do cemitério britânico, consegui abrir uma frágil porta de papelão que levava ao terreno de um prédio vizinho vazio, o antigo hospital britânico. Isso, junto com o presbitério anglicano, o Royal British Club e o Estrela Hall, a casa de longa data da Lisbon Players, uma companhia de teatro em língua inglesa, a qual já fez parte do chamado "Bairro Britânico" de Lisboa.

Após mais de trezentos anos de propriedade da British Crown, o governo britânico vendeu esses edifícios em 2018 para uma incorporadora imobiliária. Enquanto o Cemitério Britânico e a Igreja Anglicana de São Jorge não foram incluídos na venda, o Cemitério Judaico o fora - embora felizmente essa parte da propriedade permaneça protegida, sob os cuidados da Comunidade Israelita de Lisboa. Do pequeno pátio traseiro do antigo hospital, consegui subir alguns degraus para uma escada de incêndio, em seguida, consegui me inclinar sobre um muro alto e espiar os terrenos compactos deste cemitério normalmente escondido. As cento e cinquenta lápides, com inscrições aparentemente em hebraico, estão colocadas horizontalmente, da maneira tradicional sefardita. Em breve, apenas os ocupantes dos condomínios de luxo planejados terão essa visão privilegiada. Espero que eles apreciem isso.

 
 
 

Esta é uma história surpreendente!


Em um certo dia, após a oração de kabalat shabat, Dan rapidamente caminhou até a frente da Sinagoga, em Jerusalém, desejou Shabat shalom ao Rabino e direcionou-se à porta. Na saída, reparou um rapaz que parecia um pouco perdido. Dan aproximou-se do jovem, que carregava uma mochila, pele escura, cabelo preto encaracolado. “Parece Sefardita, talvez marroquino.”


Com a mão estendida, Dan cumprimentou-o: "Shabat Shalom!Meu nome é Dan Eisenbatt.Será que você gostaria de jantar na minha casa hoje à noite?” O jovem juntou a sua mochila e saíram da Sinagoga. Minutos depois,eles estavam todos de pé ao redor da mesa do Shabat de Dan. Assim que a família começou a cantar o “Shalom Alechem", Dan notou que seu convidado não estava cantando junto. Talvez ele seja tímido, ou não pode cantar, ele supôs. Mesmo depois de iniciada a refeição, o convidado tinha relaxado um pouco, mas ainda parecia um pouco inquieto e silencioso. Depois do primeiro prato, Dan percebeu seu convidado folheando seu livro de Zemirot (poemas de shabat), aparentemente procurando alguma coisa. Ele perguntou, com um sorriso: "Há alguma música que você queira cantar? Posso ajudá-lo, se você não tiver certeza sobre a melodia”. O rosto do convidado ficou iluminado. "Há uma musica que eu gostaria de cantar, mas não estou encontrando-a aqui. Eu realmente gostei do que cantamos na Sinagoga esta noite. Que era algo parecido com"Dodi".


Dan parou por um momento e chegou a pensar em dizer: "Não é geralmente cantada na mesa”, mas se conteve. "Se isso é que o rapaz quer" –pensou -"por que não?" Em voz alta, ele disse: “Dodi. Espere, deixe-me lhe dar um Sidur” (livro de rezas).

Uma vez que eles tinham cantado Lechá Dodi, o jovem novamente ficou em silêncio até depois da sopa, quando Dan perguntou-lhe: "Qual música agora?" O convidado parecia envergonhado, mas, sendo encorajado, disse com firmeza: "Eu realmente gostaria de cantar o Lechá Dodi novamente”.


Dan ficou surpreendido quando, após o frango, ele pediu ao seu hóspede nova musica e o jovem disse: “Lechá Dodi, por favor”. Dan quase deixou escapar: “Vamos cantar um pouco baixo desta vez; os vizinhos vão pensar que estou louco”. Quando o jovem pediu mais uma vez esta melodia, Dan não se conteve e sugeriu suavemente: "Você não quer cantar outra coisa?" Seu convidado corou e olhou para baixo. "Eu realmente só gosto desta", murmurou.


Ao todo, eles devem ter cantado a música oito ou nove vezes. Dan não tinha certeza, porque perdeu a conta. Mais tarde, num momento de silêncio, Dan perguntou: “De onde você é?" O menino parecia triste e, olhando para o chão, disse baixinho: "Ramallah”. O coração de Dan pulou. Ele tinha certeza de que tinha ouvido o menino dizer “Ramallah" (uma grande cidade árabe). Ele se conteve, pensando: “Provavelmente o rapaz deve ter dito Ramleh” (uma cidade Israelense). E disse: "Oh, eu tenho um primo lá. Sabe Efraim Warner? Ele vive na rua herzl”.


O jovem balançou a cabeça tristemente e disse: "Não há judeus em Ramallah..." Os pensamentos de Dan estavam correndo: “Ele acabou de passar o Shabat com um árabe?" “Desculpe-me - disse Dan – “eu estou um pouco confuso. E agora que penso nisso, eu nem perguntei o seu nome completo. Como você se chama, por favor?" O menino ficou aterrorizado por um momento, depois disse calmamente: "Machmud Ibn-Esh-Sharif”. Machumud, agora, estava olhando mais apavorado ainda; obviamente, ele podia imaginar o que Dan estava pensando. Apressadamente, disse-lhe: “Espere! Eu sou judeu. Estou apenas tentando descobrir aonde eu pertenço”. Dan ficou sem palavras.O que poderia dizer? O que estava acontecendo?


Machmud quebrou o silêncio hesitantemente: "...Eu nasci e cresci em Ramallah e fui ensinado a odiar judeus, e disseram-me que matá-los seria um ato de heroísmo. Mas eu sempre tive minhas dúvidas; nós fomos ensinados que o ‘Sunna’, a tradição, diz: ‘Nenhum de vós é um crente até que deseje para seu irmão aquilo que deseja para si mesmo’. Eu mesmo costumava me perguntar se seriam os yahud (judeus) pessoas também... será que eles não têm direito de viver, assim como nós? Se temos que ser bons com todos, como é que ninguém inclui os judeus nisso? Eu fiz estas perguntas para meu pai.ele me jogou para fora de casa, sem nada, e eu decidi que iria fugir e viver com os yahud, até que pudesse descobrir o que eles realmente eram”. Machmud continuou: "Eu entrei escondido em casa naquela noite para pegar minhas mochilas. Minha mãe me pegou em flagrante. Estava pálida e chateada, mas foi calma e suave comigo e depois de um tempo me fez falar. Contei a ela que queria viver com os judeus por um tempo e descobrir do que realmente gostam, e talvez me converter. ‘Você não tem que se converter, você já é um judeu’, disse ela. Fiquei chocado, minha cabeça começou a girar e, por um momento, eu não conseguia falar. Então, gaguejei: ‘O que você quer dizer?’ ‘No judaísmo - ela respondeu – “a religião vai de acordo com a mãe. Eu sou judia, o que significa que você é judeu’. Eu jamais tive a ideia de que minha mãe era judia, acho que ela não queria que ninguém soubesse. Ela com certeza não se sentia bem sobre sua vida, porque sussurrou, de repente: ‘Eu cometi um erro ao me casar com este homem árabe. Em ti, meu erro será redimido’.


Ela ficou remexendo alguns documentos antigos e me entregou um: 'Leve,é minha certidão de nascimento e carteira de identidade israelense; assim poderás provar que és judeu!’. Minha mãe hesitou, antes de me entregar outro papel. E disse: ‘Você também deve levar isso. É uma fotografia velha dos meus avós, que foi tirada próximo ao túmulo de algum antepassado nosso’.”


Dan, gentilmente, colocou a mão no ombro de Machmud. Machmud olhou para cima, assustado e esperançoso ao mesmo tempo. E Dan perguntou: "Você tem a foto consigo?” O rosto do menino ficou iluminado: "Claro! Eu sempre a carrego comigo”. E tirou de sua mochila um envelope velho, esfarrapado. Dan cautelosamente tirou a foto do envelope, pegou os óculos e olhou atentamente para a foto. A primeira coisa que reparou foi a família sefardita dos velhos tempos da virada do século. Em seguida, ele concentrou-se no túmulo ao redor do qual estava a família, em pé. Quando leu a lápide, quase deixou cair a foto. Esfregou os olhos para ter certeza. Não havia nenhuma dúvida. Era a sepultura no cemitério velho em Tzfat, e a inscrição identificava o túmulo do grande cabalista Tzaddik Rabbi Shlomo Alkabetz, o autor de Lechá Dodi.


A voz de Dan tremeu de emoção, quando explicou a Machmud quem foi seu antepassado: “Ele era amigo do Ariza L., um grande estudioso da Torá, um Tzadik. Além disso, Machmud, seu antepassado escreveu a música que cantamos a noite toda, a Lechá –Dodi!"


Machmud ficou sem palavras. Dan levantou-se lentamente e estendeu-lhe a mão trêmula, dizendo: “Bem-vindo ao lar, Machmud. Agora, que tal escolher um novo nome para você?”


Shalom!


Fonte:

https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=1578214802502884&id=100009431374249

 
 
 

No terceiro dia daquela semana, D'us convocou Moshê ao topo da montanha, e deu-lhe as seguintes instruções acerca de como preparar o povo judeu para a Outorga da Torá: "Fale com as mulheres até mesmo antes que com os homens, dirija-se a elas gentilmente, e dê-lhes os princípios gerais. Os homens, por outro lado, devem ser ensinados de maneira severa, e devem ser bem-versados em todos os intricados detalhes das leis."


Por que D'us ordenou que as instruções referentes a Outorga da Torá sejam dadas primeiro às mulheres e só depois aos homens?


Há diversas razões:


1. Da mesma forma como as mulheres são obrigadas a cumprir as mitsvot com doze anos de idade, um ano antes dos homens, assim receberiam as mitsvot antes na Outorga Torá.


2. Se as mulheres fossem assim diferenciadas, fariam um maior esforço para dar a seus filhos uma educação de Torá.


3. D'us disse: "Quando dei uma única mitsvá a Adam (Adão), não a ensinei a Chava (Eva). Em conseqüência, ela pecou e fez Adam errar também. Agora que vou dar seiscentas e treze mitsvot, falarei primeiramente com elas para que saibam da importância das mitsvot.".


4. Todo povo de Israel foi redimido do Egito pelo mérito das mulheres justas e virtuosas. Portanto mereciam a honra de serem procuradas por D'us antes dos homens.


Chabad ,org

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