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Ministro israelense provoca controvérsia

O ministro da Educação de Israel, Rabi Rafi Peretz, provocou uma controvérsia importante na descrição da assimilação e do casamento inter-religioso nos EUA como "um segundo Holocausto", durante uma recente reunião do gabinete israelense.


Durante a reunião mencionada, os membros do gabinete ouviram um relatório sobre as tendências nas comunidades judaicas em todo o mundo, especialmente nos Estados Unidos.


Seguindo as estatísticas apresentadas sobre os casamentos de judeus americanos com pessoas que não pertencem à comunidade judaica, Peretz disse que "a assimilação é como um segundo Holocausto", sublinhando que ao longo dos últimos 70 anos, o povo judeu "tinha perdido 6 milhões de pessoas para os chamados casamentos mistos.

Segundo relatos, o ministro da Energia Yuval Steinitz, que estava presente na reunião, respondeu duramente ao ministro da Educação dizendo que "não se deve desprezar os judeus americanos que se vêem como judeus em termos de história e cultura e não na condição de apenas judeus religiosos".


Por sua parte, o primeiro-ministro Netanyahu teria dito na reunião que está preocupado com as tendências demográficas dos judeus americanos: "Há uma mudança do judaísmo em grande parte dos judeus nos EUA e é muito difícil de outro modo influenciar isso”.


O líder do partido Meretz israelense, Nitzan Horowitz, também criticou as palavras de Peretz, através de uma mensagem em sua conta no Twitter. "Um segundo holocausto? Minha família estava no Holocausto... casamentos mistos nos EUA não são um holocausto. Sr. Ministro da educação, isto é uma vergonha".


Várias organizações judaicas americanas também falaram sobre as palavras de Rafi Peretz. O American Jewish Committee (AJC), que postou uma mensagem no Twitter, enfatizou que "A assimilação desafia a continuidade e identificação da diáspora judaica com Israel e este importante tema deve ser responsavelmente tratado; neste sentido, comentários como o do ministro da Educação Peretz são ‘ofensivos e não ajudam’".


Jonathan Greenblatt, diretor geral da Anti-Defamation League, uma importante organização judaica americana, acusada de combater o anti-semitismo, respondeu ao rabino Peretz sem rodeios, por banalizar o holocausto com suas declarações: "É inconcebível usar o termo ‘Holocausto’ para descrever os judeus que optam por se casar com não-judeus; isso banaliza o que significa de fato o termo Shoa e, consequentemente, aliena muitos membros da nossa comunidade. Tais comparações sem fundamento, nada mais fazem do que apenas inflamarem ânimos e ofenderem as pessoas".


O CEO do movimento conservador, Yizhar Hess, também criticou duramente Peretz: "O ministro da Educação volta a demonstar que não entende o básico, mas desta vez ele se supera; liga o Holocausto com o fenômeno daqueles casamentos inter-religiosos ocorridos na diáspora; isto é banalizar o Holocausto e até mesmo negá-lo."


Peretz foi nomeado Ministro da Educação em meados de junho, depois que Naftali Bennett foi deposto, após os resultados das últimas eleições. O líder da União dos Partidos de Direita assumirá o cargo até o juramento de posse de um novo governo, após as eleições de 17 de setembro.


De acordo com dados do centro de pesquisa do PEW sobre judeus americanos, o número de casamentos mistos aumentou significativamente nas últimas décadas: 14% dos judeus que se casaram antes de 1970 se casaram com um não-judeu, enquanto entre aqueles que se casaram entre 2005 e 2013, o número chega a 58%.


(Foto: Menahem Kahana/Pool via Reuters)

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