Pela cultura da paz e pela não demonização do outro.
- Jefferson Linconn
- 4 de jun. de 2020
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Por Jefferson Linconn, Presidente da Associação dos Judeus Sefarditas de Pernambuco e do Centro Cultural Sefarad Israel de Pernambuco.
As esquerdas em geral costumam passar pros jovens idealistas toda uma discursividade da luta entre o bem e o mal. Os moçinhos são geralmente os que estes mesmos sempre tem apreço e no momento que lhes convém.
O maniqueísmo nada dialético de suas próprias verborragias luta por inculcar na cabeça de todos que o que é vanguarda é sempre aquilo pensado e definido pelas esquerdas. O idealismo fruto da pouca informação adora se consolidar assumindo inimigos sombrios, a demonização do outro, o patrulhamento ideológico.
Desse modo, a perseguição infinda por parte da sua dita intelectualidade, por dourar sua prática numa aura de messianismo e redenção, evidentemente, sempre aposta na utilização da emotividade das massas como ferramenta para daí fazer surgirem aos olhos de todos, únicos e grandes inimigos.
Apontam a Polícia como inimiga da sociedade, apontam a ideologia contrária como reacionária, a religião do outro como instrumento de manipulação, a situação do desenvolvimento de alguns países como fruto de sua condição imperialista e, a cada vez que necessite se fortalecer a si mesma, buscam vomitar propagandas e informações manipuladas e intencionalmente mesmo inverídicas, muitas das vezes.
As pessoas e as instituições à Direita tb não fogem muito dessa realidade.
Tanto na ala à Esquerda, quanto na ala à Direita hj, principalmente no meio acadêmico e através da mídia em geral, o cidadão comum se vê preterido de seu senso crítico e da sua capacidade de ser um indivíduo pensante e solidário, em favor do seu comprometimento com uma verdade inventada e sem base na própria constatação da sua realidade.
Prefere-se torcer por um time ou por um partido, prefere-se a doutrinação, busca-se não se discutir e se pensar muito sobre cidadania, solidariedade e pensamento ético.
O grande inimigo da nossa atual sociedade, mais até do que a representação de toda uma volta à barbárie, agiganta-se no aviltamento do outro como aquele ser que só pode ter alguma significação se literalmente formos capazes como entes igrejeiros ou massa de manobra de líderes, posicionamentos e partidos fascistóides, de demonizá-lo e completamente atacar e destruir desde a sua concepção contrária de mundo, a sua ideologia, até a sua própria integridade física.
Outra cultura precisa dar um verdadeiro basta a tudo isto. E só a promoção da educação interdisciplinar e da valorização dos sujeitos enquanto co-partícipes desta bela narrativa que são a solidariedade e as mútuas admirações firmadas no compromisso de cada vez mais se promover a paz e a cooperação entre os povos, pode vir a solucionar o velho enigma que nos cerca a todos no aviltamento da racionalidade nos nossos dias, através do recrudescimento do ódio, da intolerância e do medo que nos assomam a todos em torno desta terrível esfinge.
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