- Jefferson Linconn
- 29 de jun. de 2020
- 4 min de leitura
La poesía sefardita comprometida: Jefferson Linconn
Por Alessandra Dolce, como subcapítulo de sua Tese de Doutorado intitulado Estudio socioliterario de escritores sefardíes de procedencia portuguesa : Samuel Usque, Bento Teixeira, Ambrosio Fernandes Brandáo y nuevos escritores del nordeste brasileño, outorgado pela Universidade de Murcia, na Espanha.
4.2.4. La poesía sefardita comprometida: Jefferson Linconn
Continuando con este nuevo grupo de escritores nordestinos, os retornados,
presentamos otra contribución del poliédrico – escritor, poeta y periodista – Jefferson
Linconn. Cuando escribí a Jefferson pidiéndole una pequeña biografía, sus líneas me
asombraron, y sería imposible evitar citarlas porque representan el gran esfuerzo que hoy
en día se está haciendo en Pernambuco por la tutela del patrimonio sefardí:
Vice–presidente da Associação dos Judeus Sefarditas de PE, entidade que
busca fazer retornar os seus membros e aqueles indivíduos interessados, ao seio do
judaísmo, com base no resgate da nossa identidade sefardita. Presidente do Centro
Cultural Sefarad Israel de Pernambuco, no Recife, entidade esta que possui os seus
esforços voltados para a promoção, preservação e divulgação da rica Cultura
Sefardita no mundo. Também é igualmente Presidente da Sinagoga Aboab da
Fonseca/Mekor Haim de Pernambuco, instituição esta, que busca resgatar,
promover e divulgar os usos e costumes relacionados com a tradição ligada às
crenças religiosas relacionadas aos judeus de origem Sefardita. Nossas três
organizações, bem como minhas próprias incursões pelo mundo da poesia e da
Literatura, estão irmanadas e reunidas no propósito de promoverem de forma
conjunta a cultura e a religiosidade sefardita, tendo por princípio o estudo, a
reflexão, a prática e o intercâmbio cultural que envolvam as tradições e os valores
judaicos de modo geral, e, de modo particular, sobretudo os usos e costumes
herdados diretamente dos nossos antepassados oriundos de Portugal e Espanha, ou
seja, provenientes da Península Ibérica.
Aquí proponemos una selección de cinco poemas que se encuentran en el
poemario, cuyo título es Livro Manifesto, que fue preparado para presentarlo en la IX
Bienal Internacional do Livro de Pernambuco en 2013.
Poesía 1:
Talvez, nosotros, os de priscas nefeshes ladinas, nós sejamos sem os segredos e
também sem os avexos do simples significado do tempo.
Há a severidade em nós de um algo incabível, eu sei.
Os meninos não se enxergam com as roupas dos loucos que lhes propõem
cotidianamente as tristezas.
Poesía 2:
Um mero ponto. E em sua volta um círculo...
A formiguinha. O sol.
Alguém já viu a boniteza de tudo? Um iode viu um vav e riu?
Alegrinho acalma um menininho triste, um outro moço? Ele sabe a harpa que toca?
Bem sei a sorte dos gigantes.
(por sempre tropeçarem nessas imperfeitas pressas que são, de modo tão
incomensurável, as suas mais desvirtuadas frases).
Porém, Mais que isso... bem sei a quais destinos vingam–se as utilidades das fundas.
Poesía 3:
Eu, este menino, alguém poderia medir–me? E velho? Um velho não arredonda as
coisas?
Um simples homem não pode levar outros às suas cordialidades? Às razões e
desrazões místicas ou poéticas que lhe consomem o seu peito?
Receio saber, porém, mais do que estes préstimos... Pois, receio o medo das
vulgaridades.
Nos seus guizos são que as cascavéis nos deleitam. No que se requebram... Vivazes e
reperdoáveis, contudo, das suas profissõezinhas tão tristes.
Poesía 4:
Porque entre os nossos amores e os dias, restam os nossos mortos,
(quando um pouco da gente dispensamos nas frases).
Quais entendimentos buscariam os bobos moços, desses absurdos?
As aulas mais práticas se exigem deles. Sem eles perceberem que essas mesmas
ladras lhes roubam infiéis as suas poucas virtudes.
Mas, passo–lhes sempre é esta cabalazinha: vive–se é da eternidade de tudo.
Ai, meu menino, esquece o verso, porque ele pode ter muitas
faces.
Pois, as nuvens não fazem as modelagens que querem nos seus absurdos?
Um grimório escrevo de como se fazer um outro homem? É possível? Temo.
Temamos sempre as impossibilidades das coisas.
Poesía 5:
Quando não me fazes de louco, vida, é que escrevo. Vou seguindo a mão mágica e
invisível de D’us.
As cores, em ondas, vão reclamando a existência do mármore branco,
branco.
Branco, como o meu susto ao levantar dessas pedras as formas mais humanas que
posso.
Presentado en la bienal do Livro de Pernambuco 2013, Livro manifiesto de Jefferson
Linconn, se propone como un único poema de 128 páginas que se desarrollan como un
diálogo entre un joven, con el corazón lleno de engagement y entusiasmo, un hombre de
mediana edad, suspicaz y realista, y un viejo de actitud escéptica y a veces cínica hacia las
causas políticas, después de haberlas visto manipuladas por demagogos, oportunistas,
falsos izquierdistas y estafadores.
Livro Manifiesto –comenta Linconn– que se centra en nuestra capacidad de
reflexión y de indignación, ante los acontecimientos de hoy en día en Pernambuco, en la
situación actual del Brasil y en la necesidad de reivindicar un estado más digno. La obra
busca, en la realidad urbana, el significado de la vida, de la política, del amor en su
conjunto de relaciones humanas:
O homem maduro que toma voz, durante a fala entre o jovem que fui e
o velho que o contesta metaforicamente, não apenas no livro, mas na própria vida
cotidiana, habitam–me nesta encruzilhada da minha própria meia–idade.
Questiono–os, portanto, intrinsecamente, na condição de prever nas palavras dessas
duas criaturas e doutras – nos ambientes e nas culturas que nos cercam – os seus
próprios gestos e as suas mais arquetipicas significações.
Protagonista es una conciencia colectiva que, a través del tiempo, ha perdido la
capacidad de amar, sufrir y de indignarse. Los jóvenes se ven privados de sus pocas
virtudes y el llamamiento a la antigua tradición sefardí «priscas nefeshes ladinas» resulta
de una severidad incomprensible: «Os meninos não se enxergam com as roupas dos loucos
que lhes propõem cotidianamente as tristezas».
El crítico Roberto da Silva reconoce en Linconn la necesidad de definir el acto
poético como acto vital:
E nessa nossa actual sociedade, fazer poesia tornou–se, talvez mais
dificil do que viver. Seria a literatura uma oportunidade para escrever e
depois viver o escrito? Ou é hora de se fazer um livro manifesto…ou um livro do manifestar–se, entrando em contradição com « fazer–arte » o « pensar arte?» (da Silva, Apresentaçao, sept. 2013: 1).
Para Jefferson Linconn es necesario –subraya el artista plástico Roberto da Silva–
reconducir el acto poético al engagement con la vida y proponerse el reto de buscar un
camino en medio de la contradicción, porque la vida y el arte se influyen mutuamente, y es
doloroso aceptar con valentía también el peso de la poesía «sei, nada suportas meu canto.
Ès muito frágil para o peso deste terrível momento.»